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Depressão Infantil

A depressão é um transtorno de humor que causa tristeza persistente e impede a realização das tarefas diárias. Dependendo da intensidade dos sintomas a depressão pode ser dividida em leve, moderada ou grave. A depressão tem cura, mas o tratamento é demorado e pode incluir psicoterapia e tratamento medicamentoso (tuasaude.com/depressao). Pode surgir em qualquer idade, mas com as crianças, é diferente. Elas aceitam a depressão como fato natural, próprio de seu jeito de ser. Embora estejam sofrendo, não sabem que aqueles sintomas são resultado de uma doença e que podem ser aliviados. Calam-se, retraem-se e os pais, de modo geral, custam a dar conta de que o filho precisa de ajuda.

 

Quais são os principais sinais e sintomas da depressão infantil ?

A criança tem grande dificuldade para expressar que está deprimida porque não sabe nomear as próprias emoções e depende do adulto para dar o significado aos seus sentimentos: tristeza, ansiedade, angústia. Por isso, tende a somatizar o sofrimento e queixa-se de problemas físicos, porque é mais fácil explicar males concretos, orgânicos, do que um de caráter emocional. 

 

Os seguintes sinais e sintomas, os quais podem se apresentar de forma mascarada são: baixo desempenho escolar, pouca capacidade para se divertir (anedonia), sonolência ou insônia, mudança no padrão alimentar, fadiga excessiva, queixas físicas, irritabilidade, sentimentos de culpa, sentimentos de desvalia, sentimentos depressivos, ideação e atos suicida, choro, afeto deprimido, facies depressivas, hiperatividade ou hipoatividade.

Quais são os principais fatores que podem desencadear a depressão infantil ?

A morte de um dos pais, dos avós ou de um ente querido muito próximo, maus tratos dentro da família; filho indesejado, filho somente de um dos pais; alcoolismo; problemas conjugais, separação dos pais, problemas financeiros, cobrança exagerada por parte dos pais e da sociedade em relação ao desenvolvimento da criança; falta de contato da criança com os pais em função de suas responsabilidades profissionais e necessidades de sobrevivência, o que impede que haja um vínculo afetivo positivo, e que afeta diretamente o desenvolvimento psico-social e acadêmico da criança.
 

Qual é a prevalência da depressão infantil?

No campo da Psicopatologia Infantil existem muitas dificuldades para a realização de estudos epidemiológicos. Lembramos que a criança é um ser em evolução, com pautas de comportamento diversificado, o que dificulta muito estes estudos. Estima-se que 3% da população infantil seja afetada pela DI, afetando igualmente ambos os sexos.

 

Qual o critério mais utilizado para diagnosticar a depressão infantil ?

Entre os critérios existentes para diagnosticar a DI, o de Poznanski tem sido o mais utilizado e considerado o mais eficiente.

Esse critério leva em consideração: - humor, conduta ou aparência depressiva; - pelo menos quatro (probabilidade) ou cinco (segurança) dos seguintes sintomas: retraimento social, problemas de sono, queixas ou fadiga, hipoatividade, anedonia, baixa auto-estima, dupla patologia, ou seja, a depressão acompanhada de uma outra patologia como por exemplo enurese, fobia escolar, trocolitomania e outras, dificuldade no trabalho escolar, ideação mórbida ou ideação suicida; - duração dos sinais e sintomas acima por no mínimo um mês.

 

Como os pais e professores podem ajudar no diagnóstico da depressão infantil?

Não desejamos que os pais levem a criança para um profissional quando a DI já está instalada. Se os pais observarem mais seus filhos em casa poderão notar que algo de errado está ocorrendo com eles e nesse momento buscar ajuda para solucionar os conflitos e a intervenção sem sombra de dúvida, será muito mais efetiva.

Por outro lado, conhecer as atividades da criança na escola antes da sintomatologia é muito importante. A escola vai exercer um papel importante no diagnóstico, pois quando se instala uma DI em uma criança, os primeiros sinais são o baixo rendimento escolar e a dificuldade em realizar as tarefas, devidos à falta de concentração.

 

Como é a avaliação psicológica da criança?

Deve-se lembrar que a criança nunca vai dizer que está deprimida. Vamos observar essa depressão de forma mais clara através dos desenhos e de testes. Portanto a avaliação psicológica é fundamental como forma complementar e de auxílio de diagnóstico. Sandra Scivoletto  Na criança, é bem fácil diferenciar a hiperatividade da depressão. Criança hiperativa não para quieta, mexe-se o tempo todo, principalmente os meninos. Entretanto, existe um subtipo de hiperatividade que se caracteriza pela desatenção. A criança não é hiperativa fisicamente, mas não consegue focar a atenção, por isso se retrai e vai abandonando as atividades. Muitos a consideram desligada, mas ninguém a considera uma criança triste. Ao contrário, criança deprimida logo demonstra que não se interessa por nada e não há brincadeira que a faça sentir-se melhor. Fica parada o tempo todo e quer sempre alguém em que confie por perto.

Como é o tratamento para a depressão infantil?

Conhecer a dinânica familiar, as amizades da criança, seus gostos e desejos, suas críticas, fantasias é primordial para conheê-la. Pedir a colaboração dos pais e professores também é fundamental. Deve-se associar o tratamento medicamentoso com o psicoterápico. Crianças deprimidas perdem a iniciativa e deixam de aprender. Na escola, apresentam várias dificuldades de aprendizado e, num primeiro momento, são encaminhadas para a avaliação do oftalmologista, do otorrino, da fonoaudióloga. Passam também por testes específicos para o déficit de atenção e hiperatividade. No passado, o diagnóstico de depressão era feito por exclusão. Hoje se sabe que sintomas como alterações do apetite e do sono, diminuição da atividade física, medo excessivo, duradouro e persistente, são próprios da depressão infantil.

 

Como os pais e professores podem ajudar no tratamento?

Estimular a criança a brincar, participar de atividades recreativas e esportivas para que possa melhorar seu humor e manter contato com outras crianças. Na DI essas atividades não são contra-indicadas, pelo contrário devemos estimulá-las constantemente.

 

Como prevenir a depressão infantil?

A prevenção passa pelo conhecimento da dinâmica familiar. A prevenção ideal para a DI seria orientar os pais para estabelecerem laços mais afetivos com os filhos, estimulando-os em seu desenvolvimento psico-social. Sabemos que é uma meta muito difícil de ser atingida, pois os problemas sociais e econômicos que essa família vivencia são alheios a sua vontade, que somados aos problemas conjugais e a separação dos casais, esses problemas aumentam consideravelmente, acarretando grandes conflitos nos filhos, principalmente, os menores. São, como podemos ver, problemas que geram causas, que na maioria das vezes, os próprios pais são impotentes para solucioná-los.

Existem fatores desencadeantes que aumentam o risco de quadros depressivos nas crianças?

Existem. Como nos adultos, luto, perdas, separação dos pais, dificuldade de adaptação a situações novas, mudança de escola e de domicílio podem gerar estresse, que vai desgastando a criança e conduzindo a um quadro depressivo. No entanto, na maioria dos casos, existe um componente hereditário, genético, mais significativo do que nos adultos, responsável pelo desencadear quadros de depressão na criança.

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